Nº de Episódios por Temporada: 13
Duração dos Episódios: 43min
Emissora: NBC
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Horror
Classificação Indicativa: 18 anos.
Elenco:
Mads Mikkelsen ,Hugh Dancy, Caroline Dhavernas, Hettienne Park, Laurence Fishburne, Lara Jean Chorostecki , Kacey Rohl, Michael Pitt, Joe Anderson, Katherine Isabelle, Gina Torres, Raúl Esparza, Richard Armitage e Gillian Anderson
Sinopse:
Will Graham é um talentoso fornecedor de perfis criminosos
que está em busca de um serial killer, com a ajuda do FBI. A forma única de
Graham pensar dá a ele a habilidade de ter empatia com qualquer um – até mesmo
psicopatas. Ele parece saber o que os afeta. Entretanto, a mente do homem
procurado é muito complicada, até mesmo para Graham, portanto, ele busca pela
ajuda do Dr. Lecter – um dos maiores psiquiatras do país. Armado com o
conhecimento do brilhante doutor, Will e Hannibal (conhecido como um serial killer
apenas pela audiência) formam uma parceria brilhante, na qual nenhum vilão
escapa. Mas Will não sabe de nada...
Lembro-me muito bem da primeira
vez que assisti O Silêncio dos Inocentes, meu pai sempre gostou de cinema e
meio que fez questão que eu assistisse alguns filmes. Foi assim que desde
pequeno eu conheci vários clássicos. Meu primeiro contato com qualquer enredo
envolvendo Hannibal Lecter partiu de um desses “Você precisa ver esse filme!”. Fiquei extremamente fascinado pelo
personagem e por todo o clima grotesco que o envolvia. O Dr. Lecter é sensacional
e você já deve saber disso, criado por Thomas Harris é a personificação
perfeita do que seria o demônio. Li os livros, assisti aos filmes várias vezes
e devo dizer que sou quase fanático por todo esse universo saído da mente
poluída de Harris. As obras são quase obrigatórias para qualquer pessoa que
goste de um bom livro instigante ou um bom filme de investigação. São quatro histórias adaptadas várias vezes e
que você já deve ter cansado de ouvir: O Silencio dos Inocentes, de 1991 que
rendeu cinco Óscares muito merecidos, Hannibal de 2001 que apesar de meio over é bacana, Dragão Vermelho que
rendeu dois filmes, um em 1986 (intitulado de Manhunter), que é bem fraquinho,
e outro em 2002 e por último o pior de todos Hannibal – A Origem do Mal, uma
base interessante e boas ideias enroladas em uma adaptação ruim de um livro bem
intencionado. E é isso. Lembro no inicio de 2012 ler sobre uma adaptação para a
televisão, inicialmente amar a ideia e depois repudiar com todas as minhas
forças. Nunca pensei que poderia ver Hannibal interpretado por outro ator que
não fosse Anthony Hopkins e que rendesse uma trama diferente de qualquer coisa
que não fosse tirado à risca dos livros. Bem, curti o primeiro episódio,
escrevi um “Primeiras Impressões” vergonhoso e muito exagerado aqui, mas
continuei vendo sem gostar muito. Bom, torci a língua e estou aqui três anos
depois para chorar o cancelamento e elogiar ao máximo essas três temporadas
impecáveis e a verdadeira obra de arte que foi Hannibal.
Primeiramente é necessário de
desassociar dessa mentalidade de que boas adaptações seguem a risca seus
escritos originais. Para se fazer uma boa transposição de um livro para a tela
é necessário primeiramente saber que existem certas coisas que só funcionam
quando descritas e que trazer como são às vezes não dá certo. Os livros de
Harris são profundos, cheios de diálogos brilhantes e extremamente metafóricos.
Ele cria momentos impossíveis e engenhosos dentro de suas narrativas e descreve
com uma riqueza de detalhes impressionante, mas acontece que mudanças serão
sempre bem vindas quando utilizadas de maneira à enriquecer a narrativa. E esse
foi o maior trunfo da série, além de pegar algo que já lemos e assistimos antes
e fazer tudo de novo da mesma forma, Bryan Fuller (o showrunner e principal roteirista) pegou três dos quatro livros
(eles não conseguiram os direitos do Silêncio), bateram no liquidificador e
remontaram o mesmo universo com cronologia e tramas novas. Algo diferente,
porém igual. Para mim esse é o maior charme da produção. Está tudo ali, os
personagens são os mesmos, só que dessa vez com uma nova roupagem, alguns
tiveram uma troca de sexo (Alan Bloom se torna Alana Bloom e o chato Freddie
Lounds, interpretado anteriormente por Phillip Seymor Hofman, dessa vez é
mulher também), uns idade alterada e outros troca de etnia. Adorei todas as
mudanças, não foram nem um pouco gratuitas e só acrescentaram ao propósito
geral da série. A escolha de elenco também foi um acerto em cheio. E apesar de
algumas liberdades de roteiro tomadas, como uma ambulância que demora muito
parar chegar ou um homem conseguir enganar a força tarefa do FBI inteira, nada
atrapalha a experiência final.
Mads Mikkelsen como Hannibal não
podia ter sido mais acertado, posso não ter gostado no inicio, mas agora só
cultivo admiração pelo trabalho do ator. É impressionante seu método de
interpretação, ele não esboça emoções, aparentemente, mas incrivelmente é
possível saber tudo o que está sentindo pelos olhos e pequenas alterações de
voz, postura ou movimentos sutis na expressão.
Deu um gás novo ao personagem e é engraçado como agora ele se tornou uma
das referências para mim (mais ninguém além de Mads e Anthony pode fazer o Dr.
Lecter). Hugh Dancy é outro ator ótimo que eu não conhecia o trabalho. Ele é muito
convincente e cativante, não tem como não se apegar e torcer para ele, o que
entra em conflito quando contracena com Mads. É quase uma batalha de quem atua
de maneira mais elegante e sutil, apesar de serem performances completamente
diferentes, eles completam a cena um do outro. A química entre os dois é impressionante
e metade do clima que foi criado não seria possível se não fossem escolhidos
atores tão bons. O elenco de apoio também é extremamente competente. Sei que
não vou conseguiu fazer jus a todos os nomes, mas fica aqui a tentativa, meus
parabéns eternos para a linda da Caroline Dhavernas, a amigável Hettienne Park, o
eterno Morpheus e sempre incrível Laurence Fishburne, a que adoro odiar Lara
Jean Chorostecki, os malucos e sádicos Michael Pitt e Joe Anderson que fazem o
mesmo maravilhoso personagem, Katherine Isabelle que consegue ser frágil e
vingativa ao mesmo tempo sem perder o charme, Raúl Esparza que fez o cara mais
chato dos livros se tornar uma pessoa irritantemente amigável, Richard Armitage
que recebeu uma das tarefas mais difíceis (interpretar O Grande Dragão
Vermelho) e fez bonito e a belíssima Gillian Anderson é sempre... belíssima. Todos personagens
sensacionais (alguns diretamente dos livros, outros originais).
A outra parte do clima opressor e pesado da série foi criada pela direção de arte. Acho difícil achar qualquer outra coisa nos últimos tempos que tenha tido um capricho visual tão grande quanto Hannibal. Eles conseguiram a proeza de tornar a morte algo bonito. São cenários montados com um esmero de encher os olhos. Acho que a frase vai soar estranha, mas vamos lá, os cadáveres são lindos de morrer (ó o trocadilho), sério, é algo tão incrivelmente bem pensado e bem bolado que é impossível não assistir cada cena sem ter vontade de tirar um print e colocar como wallpaper. As mortes são de um gore agressivo e deliciosamente sofisticado. É horrível, você sabe disso, mas não consegue desviar os olhos nem piscar com medo de perder alguma coisa. Parece exagero, mas Hannibal tem algumas das melhores cenas que já tive o prazer de assistir em qualquer obra. Tudo isso envolto em metáforas e rimas visuais muito bem encaixadas no roteiro intrincado e explosivo. Adoro a primeira temporada por ser a introdução ao que vamos acompanhar, a segunda é minha favorita por não conseguir respirar nenhum minuto e a terceira encerrou com chave de ouro. Fico triste de algo tão bom ter tido uma vida tão curta, provavelmente nunca veremos uma nova temporada de Hannibal, a NBC cancelou a série e a Netflix e a Amazon se recusaram a dar uma nova casa a ela. Mas o desfecho foi brilhante e pode ser sim considerado um final fechado, há como voltar, mas se não acontecer, não será tão frustrante, já que acabou de maneira extremamente apropriada.
A outra parte do clima opressor e pesado da série foi criada pela direção de arte. Acho difícil achar qualquer outra coisa nos últimos tempos que tenha tido um capricho visual tão grande quanto Hannibal. Eles conseguiram a proeza de tornar a morte algo bonito. São cenários montados com um esmero de encher os olhos. Acho que a frase vai soar estranha, mas vamos lá, os cadáveres são lindos de morrer (ó o trocadilho), sério, é algo tão incrivelmente bem pensado e bem bolado que é impossível não assistir cada cena sem ter vontade de tirar um print e colocar como wallpaper. As mortes são de um gore agressivo e deliciosamente sofisticado. É horrível, você sabe disso, mas não consegue desviar os olhos nem piscar com medo de perder alguma coisa. Parece exagero, mas Hannibal tem algumas das melhores cenas que já tive o prazer de assistir em qualquer obra. Tudo isso envolto em metáforas e rimas visuais muito bem encaixadas no roteiro intrincado e explosivo. Adoro a primeira temporada por ser a introdução ao que vamos acompanhar, a segunda é minha favorita por não conseguir respirar nenhum minuto e a terceira encerrou com chave de ouro. Fico triste de algo tão bom ter tido uma vida tão curta, provavelmente nunca veremos uma nova temporada de Hannibal, a NBC cancelou a série e a Netflix e a Amazon se recusaram a dar uma nova casa a ela. Mas o desfecho foi brilhante e pode ser sim considerado um final fechado, há como voltar, mas se não acontecer, não será tão frustrante, já que acabou de maneira extremamente apropriada.
Impossível não se apaixonar e devorar
todos os 39 incríveis episódios. Hannibal virou uma obra prima e é uma das
séries mais corajosas da televisão em anos. Praticamente uma celebração a
violência com seu texto cativante e inteligente, cheio de metáforas pessoais e
diálogos sobre a própria vida e morte e camadas e mais camadas de complexidade
que nunca subestimam o telespectador. Um
grande quebra-cabeça em que aos poucos as peças vão se encaixando para formar
um grande quadro belissimamente ornamentado e visualmente sublime (exagerei na
maluquice, mas pode, ficou bonito). Hannibal é uma das minhas séries favoritas
(como já deve ter percebido) e não consigo pensar em nada melhor para se
assistir agora. Tenha um bom estomago e coragem e não vai se arrepender. Torço
para o sempre genial Bryan Fuller conseguir trazê-la de volta de qualquer
jeito, mas mesmo que não salvar, valeu a pena cada segundo!
Nota: 10 (para todas as temporadas)
Trailer:
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