sábado, 25 de julho de 2015

Critica: Wayward Pines (Primeira Temporada)

OBS: Quando este texto foi escrito a série ainda não havia seido renovada para a segunda temporada. Ou seja, todos achavam que se tratava apenas de uma minissérie.
Criada por: Robert Hodge

Nº de Episódios da Temporada: 10
Duração dos Episódios: 43min
Emissora: FOX
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Suspense
Classificação Indicativa: 16 anos.
Elenco:  Matt Dillon, Carla Gugino, Toby Jones, Shannyn Sossamon, Reed Diamond,  Tim Griffin, Charlie Tahan, Juliette Lewis, Melissa Leo e Terrence Howard
Sinopse: 

A história acompanha a vida do agente federal Ethan Burke. Tentando localizar dois colegas, ele chega em Wayward Pines, uma pequena e bucólica comunidade de Idaho onde nem tudo é o que parece ser. Ethan se envolve em um acidente de carro e é levado ao hospital. Ao acordar, descobre ter perdido seus documentos, seu celular e a pasta que continha arquivos importantes. Embora bem tratado, Ethan desconfia que algo estranho está acontecendo ali. Suas tentativas de ligar para sua esposa e seu filho são frustradas e ninguém parece acreditar que ele seja quem diz ser. Para piorar, a cidade está protegida por cerca elétrica que impede qualquer pessoa de entrar ou sair.


Ah, o Sr. Shyamalan e suas obras polêmicas.

Vazia um bom tempo desde que uma série não me dividia tanto. Comecei a assistir Wayward Pines como todo mundo que decidiu dar uma chance para o piloto também: com medo. Digamos que o Sr. Shy (como o chamo carinhosamente) não tem sido uma pessoa muito confiável nos últimos tempos, mas isso é assunto para outro texto. Até por que todo mundo que sabe um pouco sobre cinema sabe como um dos diretores mais promissores de todos os tempos esmerdalhou de maneira fenomenal sua carreira. Enfim, amigos, agora ele decidiu se aventurar na televisão e apesar de todos os mesmos defeitos que a maioria de seus filmes tem, eu gostei bastante de Wayward.
 
Acho que o que mais me prendeu (e todo mundo na verdade) foi o mistério, o piloto é muito bom e por quatro episódios a minissérie prende sua atenção e vai aumentando a tensão a cada minuto. Essa é a força inicial de Wayward, o mistério funciona e é algo difícil de acontecer atualmente com essa saturação do gênero que vem acontecendo na televisão. Você começa a bolar suas teorias e fica cada vez mais envolvido na historia. Eu digo quatro episódios porque eles revelam tudo logo na metade da temporada. Achei que essa decisão acabou beneficiando a narrativa em alguns momentos e prejudicando em outros. Primeiro, eu não curti muito a explicação, mas como ela foi revelada logo no inicio não posso dizer que não foi planejada. Apesar de ser um pouco manjado, ela foi condizente com o resto do roteiro e o que havia sido apresentado. Consigo ver esse plot tirando de um filme de ficção científica trash dos anos 1960 e, acho que pensando melhor sobre, isso foi o que mais me agradou. Não é obvio, é meio tosco, mas funciona dentro da proposta. Já acabou tirando um pouco da magia da série, o mistério era o que prendia e quando finalmente foi revelado pareceu que a série perdeu sua graça, mas foi uma sensação momentânea, pega o gás novamente e não se deixe enganar, ainda tem muito a oferecer.
Pontos negativos: muitos buracos de roteiro e buracos grandes. São pequenos detalhes que acabam atrapalhando um pouco a experiência. Aquelas pequenas incongruências que seriam facilmente resolvidas com um pouquinho mais de atenção. Como um guarda (que provavelmente estava com um colete à prova de balas) tomar um tiro no peito e morrer simples assim. Ou a logística do plano geral, vamos lá, a “arca” não faz sentido, mas são detalhes que a gente aceita pelo escopo da obra completa. E o que mais chama atenção são os detalhes psicológicos e temas retratados ali. Algo que a ficção científica sempre fez e é bom vê-la fazendo de novo: falar sobre a sociedade. E Wayward não nos polpa de metáforas e interpretações interessantes. É aquele tipo de show que te faz querer comentar com os amigos. O elenco é muito bom! Por se tratar de uma minissérie adorei como eles não tiveram medo de matar personagens importantes logo de cara para criar ainda mais mistérios. Todos os atores desempenham seus papéis de maneira satisfatória e precisa. Ninguém se sobressai e entrega a atuação de sua vida, mas dentro da proposta estão muito bem.

O visual e os efeitos são convincentes. A maquiagem “deles” (se assistiu sabe quem são) está muito bem feita e bem planejada. Ela faz sentido e funcional. A abertura é fantástica, acho que de tudo o que mais gostei foi da abertura. É daquelas que se torna quase impossível de pular e você sempre espera só para poder assistir de novo. Em geral é uma boa minissérie, são dez episódios fechadinhos e redondos que são um bom proveito do seu tempo. Eu aproveitei o meu. Já aviso que o final é em aberto e acho que uma segunda temporada seria muito bem vinda. Mas como a FOX já deixou claro: é minissérie vai continuar como minissérie. Muita gente deve ter odiado o jeito que terminou, mas eu achei tão cínico e sem esperança que acabou me agradando muito. Deixa um ponto de interrogação na cabeça, mas eu particularmente curti o fechamento. O Sr. M. Night Shyamalan conseguiu uma vitória, espero realmente vê-lo investindo mais em séries (já que no cinema tá difícil, ein), foi uma história boa de se acompanhar.
Nota: 8,5

Trailer:

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