quarta-feira, 5 de junho de 2013

Critica: The Lords of Salem


 Título Original: The Lords of Salem

País de Origem: EUA
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 1hr e 36min
Ano de Lançamento: 2013
Estúdio/Distrib: Sem Distribuidora Brasileira
Direção: Rob Zombie
Atores: Sheri Moon Zombie, Bruce Davison, Ken Foree
Sinopse: Na cidade de Salem, Massachusetts, vive a DJ Heidi (Sheri Moon Zombie), que trabalha em uma estação de rádio. Um dia, ela recebe uma pequena caixa de madeira, contendo um disco, um "presente dos deuses". Enquanto ouve estes sons estranhos, Heidi começa a se lembrar do passado violento da cidade. Seria apenas um acesso de loucura, ou as bruxas dos séculos passados estariam despertando e voltando aos tempos modernos?




"O que você andou fumando senhor Rob Zombie?"
Depois de um estupro mental de quase duas horas eu ainda estou tentando me recuperar! Será que Rob Zombie vai um dia procurar um psiquiatra? Espero que sim, mas sinto pena do pobre coitado que vai atender esse cara, sério, quem vai precisar de um psiquiatra é ele depois de uma seção com ele. Não sinto vontade de conhecer o senhor Rob. O novo filme do músico-diretor The Lords of Salem vai explodir sua mente em um milhão de pedacinhos, esmagar seus nerônios e perturbar, te deixar horas tentando entender o propósito daquilo tudo. Odiar, detestar e depois de algumas horas "matutando" perceber que SIM!!! ROB ZOMBIE FINALMENTE CONSEGUIU FAZER UM FILME BOM!
Antes de começar pelo filme, vamos entender quem é esse tal Zombie... De acordo com o Wikipédia "é um músico estadunidense, letrista, roteirista, produtor e diretor de cinema e produtor musical. Ficou conhecido através da extinta banda de Groove/Industrial Metal, o White Zombie, dando início a sua carreira solo em 1998, quando anunciou o fim da formação do White Zombie. Ultimamente tem ganhado maior notoriedade internacional devido aos seus filmes que tem se tornado clássico entre os fãs do gênero de terror. " Basicamente tudo o que é citado ali é verdade, menos o fato de seus filmes se tornarem clássicos. O que é fato é que Zombie é um cara totalmente execrado pelos fãs de horror. Ele já tentou várias vezes e só chutou a bola na trave. Com o escrotíssimo remake de Halloween ainda por cima. O cara é odiado por todo mundo. Seus filmes são conhecidos por MUITO sangue, tripas, violência, palavrões e muita carnificina desnecessária. Só tinha acertado mesmo com seu segundo e bonzinho "Rejeitados pelo Diabo".
E é por todos esses deméritos que o novo filme de Zombie parecia tão... tão... Cocô. Como 90% de tudo o que ele já  produziu. Curti o primeiro trailer. Achei interessante e deu realmente vontade de assistir (apesar de estar sempre com um pé atrás). O trailer me lembrou muito aqueles filmes italianos sobre bruxas dos anos 70-80. Porém nunca nutri realmente uma grande expectativa. Como todo mundo eu esperava apenas ver sangue, tripas e tudo o que eu citei lá em cima. Uma galera também odiou The Lords... exatamente por que esperavam algo como tudo o que Zombie já tinha feito. Mas o que mais surpreende é ter visto um filme maduro, com realmente uma historia e um desenvolvimento desconfortável, bizarro e interessante. O roteiro é em 80% bem construído, instigante e até assustador devo admitir. Como já falei, o filme te deixa desconfortável o tempo todo. É impressionante que um diretor com o nome tão manchado conseguiu criar uma atmosfera totalmente opressora e tensa. É impossível não se revirar na cadeira todo vez que algo acontecia. Aquela vontade de levantar pausar só para assimilar e tentar entender tudo o que se passou na tela. PARABÉNS ZOMBIE! Você já me ganhou com a tensão, algo que nunca achei que você conseguiria!
Óbvio que eu não posso deixar de citar o roteiro mais fumado que já presenciei.
 Se você é uma pessoa muito religiosa que se ofende com qualquer coisa, nem pense em chegar perto (apesar de não ser ateu - nem MUITO religioso diga-se de passagem, não me importo com filmes como esse), por que The Lords investe pesado em criticas religiosas, blasfêmia aos montes e envolver todo o tema do Anticristo. Então deixo o aviso, vá de mente aberta e solte as pedras que você tinha na mão. O roteiro é de certo modo complexo (ou a historia é realmente MUITO complexa ou ela é apenas um devaneio confuso da mente doentia de Zombie), a cada nova cena a coisa vai indo cada vez mais longe, você vai ficando mais curioso para ver o grande final que prepararam para a gente. Não vou revelar spoilers sobre a trama principal, posso apenas citar que os 10 minutos finais do filmes são uma loucura epicamente louca, foi ai que Zombie deve ter se chapado ainda mais para escrever, não vejo outra forma daquilo lai ter saído da mente de alguém a não ser que ela esteja sobre altos efeitos de drogas-alucinógenas. Seria engraçado se não fosse bizarro, assustador pensar que alguém pensou naquilo (apesar da frase ter se perdido você me entendeu!). Senhor Zombie, você deve ir a um psiquiatra logo! O filme como um todo é um estupro mental, termina e você leva algumas horas para assimilar tudo. Lords é discreto. Discreto porque não possui os citados palavrões excessivos e histeria que marcaram os pobres trabalhos do diretor. A quantidade de diálogos também é menor, dando espaço para cenas onde a musica mostra a rotina da personagem. O ritmo também é mais lento, mas sem perder força em momento algum. A violência também aparece em pouquíssimas cenas, mas quando aparece é perturbadora. A construção da narrativa aqui é de horror psicológico: é através de delírios que a protagonista é atingida pelo mal. A blasfêmia que foi citada a cima, é um dos defeitos do filme. No inicio ela é até contida, mas para o final a coisa desanda. A blasfêmia do final é muita, tão usada que se torna algo totalmente gratuito. Zombie perdeu a mão ai, se ela existisse, mas sempre comportada tudo bem. Mas ao final é realmente um show anti-cristão.
O filme é gráfico, tem fotografia linda e obscura. Sempre com cenários grandes e bem trabalhados, onde em cenas as cores são fortes e em outras são frias. A direção de arte é exagerada, com muita iluminação, detalhes, pinturas e etc. Isso deu ao filme um tom mais artístico. A direção é bom também, não é ótima, tem uns momentos que deduram isso, mas é razoavelmente boa. O elenco, cheio de veteranos do cinema de horror. Dee Wallace (Grito de Horror, Quadrilha de Sádicos) Patricia Quinn e Judy Geeson estão muito bem como as três bruxas. Meg Foster(Eles Vivem) rouba a cena como a bruxa que aparece em flashbacks e em visões da protagonista. Com um olhar e voz perversa, ela arrepia a alma do espectador em alguns momentos. Bruce Davison(X-men) também emprestou credibilidade a seu papel, um escritor de livros que desmistificam a bruxaria, que tenta ajudar Heidi. Ken Foree(Zombie- O Despertar dos Mortos) tem seus momentos fazendo um DJ que trabalha com Heidi e serve de alívio cômico. E Sheri Moon em uma “atuação” menos ruim do que de costume, assim como mais discreta. Não entendo a necessidade de Zombie de empurrar essa mulherzinha sem graça na gente. Ela está em todos s filmes dele, tudo bem que é esposa do diretor, mas vamos lá.
Apesar de estar elogiando a beça tenho que falar que nem tudo é rosas. Apesar do filme segurar um climão por toda a sua duração, o final não é algo palpável. Apesar de ter gostado da ideia devo admitir que ficou exagerado demais. Sendo praticamente  um show de exibicionismo bizarro que vai desagradar quase todos que assistirem.
Recomendo The Lords of Salem para quem tem mente aberta, apesar de exagerado tem seus momentos. Como vi alguns sites falando, se o filme irá se tornar um novo clássico só o tempo dirá. Em quanto isso estou no aguardo de ver Zombie procurando um tratamento especializado.
Nota: 8,5
Trailer:

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