sábado, 19 de janeiro de 2013

Critica: A Viagem


Título Original: Cloud Atlas
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Drama/Aventura/Ficção Cientifica/Romance/Suspense
Tempo de Duração: 2hr e 52min
Ano de Lançamento: 2013
Estúdio/Distrib: Imagem Filmes
Direção:Tom Tykwer, Andy Wachowski, Lana Wachowski
Sinopse: Em "A Viagem" várias histórias em épocas diferentes, passado, presente e futuro, estão conectadas mostrando como um simples ato pode atravessar séculos e inspirar uma revolução. Os diretores da trilogia Matrix e o diretor do alemão Corra Lola Corra dirigem uma épica história através dos séculos. Com um grande elenco reunido.



"Filme tecnicamente belíssimo se perde em meio a sua narrativa" 

Cloud Atlas (me recuso a chama-lo pelo título nacional estúpido) tinha tudo para ser um grande filme. O longa começa de forma até empolgante, seus primeiros quarenta minutos são muito bem feitos e elaborados. As seis histórias contadas vão sendo mostradas aos poucos, de forma confusa até entendermos aos poucos o que está acontecendo. Dali já dava para ter uma noção de quando cada uma passa e como elas se conectam. A primeira hora de filme é ótima. Instigante da forma certa, nos deixando com aquele gosto de querer ver mais e como vai se desdobrar tudo. Mas a partir disso o filme vai caindo de qualidade e se perdendo dentro de sua própria narrativa.
Cena da melhor história com Doonaa Bae
Duas dessas histórias são melhores, como a ambientada na década de 1970, estrelada por Halle Barry e a ambientada na Seul do século XXII, estrelada por Doona Bae e Jim Sturgess. Essas são as duas mais bem elaboradas. Temos vontade de ver mais sobre elas e sempre que o filme corta para outra sobe aquela agonia e vontade de apertar o botão acelerar até voltar a uma delas. As outras quatro historias são boas até, mas não chegam a empolgar tanto. Sendo que outras duas delas são chatas e totalmente dispensáveis, dando a impressão que estão ali apenas como um tapa buraco para o filme completar as 3 horas e tentar mastigar um pouco as tramas de outras. Quando digo que o filme se perde em sua narrativa é pelo fato das estórias serem mal contadas. O lance de ficar alternando entre uma e outra não funciona bem e chega a ser MUITO confuso e cansativo demais. Não da pra entender muito bem o que está acontecendo em alguns pontos e somos obrigados a ficar tentando entender até o filme decidir jogar a respostar em sua cara.
Segunda Melhor com Halle Barry
As ideias são tantas e as histórias são tão distintas umas das outras que o filme acaba se tornando uma salada de frutas. Uma é uma aventura, a outra é um drama, uma é ficção cientifica, a outra é comédia, uma é suspense, a outra é romance, e por ai vai. Explicando melhor o que eu disse mais acima do texto, o filme alterna muito entre as historias, e foi isso que quase matou o filme. Quando estamos tensos assistindo a "X personagem" corta para o "Y personagem" em sua trama cômica para cortar completamente a tensão até ele voltar na "X" mas ai já é tarde por que já perdemos toda a tensão que a cena poderia ter proporcionado. Simplesmente não funciona, as historias ficam batendo umas nas outras criando a maior confusão e tirando todo o clima. Chega a ser ridículo  O roteiro é bipolar, afundando historias que poderiam ter sido melhores, como por exemplo: tem a que se situa em 1936 estrelada por Ben Wishaw começa de maneira interessante e termina de forma patética, sem entendermos direito as motivações do personagem. E em outros momentos é o próprio roteiro que salva como na estrelada por Jim Broadbent, ambientada em 2012, que vai melhorando um pouco lá pelo final, quando seu personagem vai se tornando menos chato e desinteressante, depois que ele é internado em um manicômio. Essa é estupidamente engraçada e impagável.
Versão distorcida do futuro pós-apocalipse
Mas se o filme tem coisas boas é com certeza a fotografia e as atuações, toda a parte técnica do filme está de parabéns. A fotografia é maravilhosa, cada uma delas intercalando muito bem em seus tempos e épocas. Cada uma apresentada de forma única, é como se tivessem se preocupada com as cores e as tonalidades de cada época. Exemplo: quando se passa no passado as cores são escuras, tons verdes escuros, cinzas e principalmente o marrom. Mas quando se passa nos dias futurísticos ele alterna em cores super-vivas, é tudo muito colorido, é forte, é vibrante. Os efeitos visuais são um show à parte, sem ser muito estilizados e sendo um tanto quanto extravagante (para criar aquele padrão de futuro-mega-moderno). As maquiagens dos personagens são magníficas.
E o elenco nossa sem comentários, estão incríveis. Não vou citar cada ator e seu personagem até por que não é possível. Cada ator e atriz faz mais que um personagem na trama (no ponto de vista de muita gente se trata de reencarnações mas EU acho que não é o caso), estão todos fantásticos. A direção é forte, os irmãos Wachowski já tinha feito um bom trabalho no primeiro filme da trilogia Matrix e Tom Tykwer o diretor do ótimo filme alemão Corra Lola Corra também faz um ótimo trabalho. E são esses detalhes que salvam o filme do fiasco. Se não fosse pelo roteiro bipolar-salada-de-frutas-confuso-e-perdido-em-suas-próprias-ideias, o filme poderia facilmente levar um 10.
Enfim, Cloud Atlas me desagradou um pouco mas não é um filme ruim, é razoável, vai ficar a seu critério o que achou do filme. Até por que o que me desagradou pode muito bem agradar você. O filme dividiu opiniões (procure por outras criticas e verá) e recomendo assistir para tirar sua própria conclusão. Apesar de ser perdido em suas longas 3 horas, tem seus méritos também.
Nota: 7
Trailer: 

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