Melhor Minissérie:
Flesh And Bone (Starz)
Melhor Episódio: Scorched Earth (bati palmas)
Ainda estou abobado com o universo que Flesh and Bone mostrou. O submundo do balé é um dos temas mais ricos para serem explorados por obras de ficção e além de Cisne Negro não assisti muitos filmes sobre ele. Então vem o Starz (canal que aos poucos está se destacando por suas produções da alto nível) e nos presenteia com oito episódios tensos, angustiantes e artisticamente belíssimos. Você mergulha no psicológicos daqueles personagens quebrados e ao final da minissérie é impossível não estar envolvido o suficiente para sentir vontade de aplaudir a cada nova dança e libertação da protagonista Claire. Dos coadjuvantes a personagem que mais me envolveu foi Mia, é impossível passar indiferente pela trama da bailarina, sua última cena é de cortar o coração. Flesh and Bone ainda tem seu finale arrebatador que me deixou tremendo a cada cena. Se estiver procurando por algo rápido e interessantíssimo para assistir nesse Janeiro, não tem melhor opção.
10 - Outlander (Starz)
Melhor Episódio: The Reckoning (uma aula de dinamismo)
Eu não fazia nem ideia do que estava me metendo quando comecei a assistir no inicio do ano. Achei que seria mais uma série de época bem produzida com tramas políticas sem graça. Acontece que a série é isso, mas a forma como eles contam a história é tão fresca e revigorante que acaba se tornando extremamente prazeroso acabar cada episódio. O texto flui com uma rapidez natural e diálogos inteligentíssimos. A produção ainda é impressionante, Oulander esbanja de cenários belíssimos e direção primorosa. Eu particularmente considero a série uma obra de arte visualmente falando, parece exagero, mas cada cena se pausar dá um quadro incrível para se pendurar na parede. O romance é algo que funciona para a narrativa também. Ao contrário do que muitas outras histórias tentam e fracassam, você realmente torce para o casal dar certo. Não é muito conhecida, mas merece sua atenção!
9 - How to Get Away With Murder (ABC)
Melhor Episódio: What Did We Do? (o mais próximo que tive de um ataque cardíaco esse ano)
E chegamos aquele momento histérico que Viola Davis grita em tribunal com sua interpretação monstruosa e todo mundo vai morrer do coração pelos próximos 42 minutos. Eu sei, acho que HTGAWM não é aquela série de prestígio que se espera ver em uma lista de melhores do ano, mas é inegável que ela é a melhor no que faz. A macumba de Shonda Rhimes é forte, essa coisa vicia mais que cocaína. Essa segunda temporada fez o que ninguém achava que seria possível fazer: ser melhor que a primeira. Impressionante como eles renovaram a narrativa usando os mesmos elementos e conseguiram manter interessante. Eles vão ter que batalhar para renovar ainda mais nesse 2016. O assassinato da vez foi muito mais que o anterior, a trama já estava confusa, mas esse ano eles se superaram. O quebra-cabeças foi crescendo cada vez mais e duvido que alguém conseguiu adivinhar o que realmente havia acontecido até "What Did We Do?" que foi uma das melhores horas que passei na frente da televisão esse ano.
8 - The Good Wife (CBS)
Melhor Episódio: Bond (leve e divertido)
Falando em advogados e renovar uma narrativa que podia ficar repetitiva, só que dessa vez sem Viola Davis, vem a boa esposa em sua SÉTIMA TEMPORADA e continua linda, by the way. O cansaço da série já estava se mostrando na sexta, mas esse ano ela começou tão renovada e tão leve que é impossível não afirmar que The Good Wife é o melhor procedural na televisão atualmente. Os roteiros podem ser esquemáticos, mas são tão bem feitos que te seguram sempre sorrindo nas aventuras da, agora, soltinha Alicia Florrick e suas tretas intermináveis com a firma que nunca consigo decifrar o nome. Espero continuar assistindo a série assim, leve, descontraída e cheia de momentos "isso é genial" que os Kings tem nos proporcionado por esses sete anos. Acho que nunca mais veremos algo tão bom quanto aquela sensacional quinta temporada, mas se continuar como está continua excelente.
7 - Daredevil (Netflix)
Melhor Episódio: Cut Man (alguém lembra da cena do corredor?)
Daredevil não é uma série tipo Shield que dá para ser
assistido por qualquer público. É uma série pesada, densa e 100% adulta. Uma
historia agressiva e quase grotesca de se acompanhar. Todo esse detalhe já se
torna perceptível na duração e andamento dos episódios, eles são lentos e
cheios de diálogos, o público geral pode se entediar e achar chato, mas o que
eles finalmente entenderam é que uma historia do Demolidor nunca poderia ser
leve. Durante todas as treze horas haverá ver pouca (porém pontual) ação e será
totalmente bombardeado por construção de personagens, muito sangue e tensão
psicológica. O roteiro acerta nisso, é uma trama extremamente instigante e
cheia de reviravoltas. Eu só posso aplaudir a Marvel pela coragem, é de longe o
produto mais diferente e sombrio do estúdio até agora. A estética é incrível,
os episódios são escuros e a trilha sonora angustiante pontua muito bem todo o
clima criado, é impressionante a construção das cenas (o episódio 2 – Cut Man –
termina com a possível melhor cena do ano até agora com um plano sequência
genial e extremamente angustiante) e de como eles tornaram a cidade em um
personagem.
6 - The Man in the High Castle (Amazon)
Melhor Episódio: ...
Acho que estou sendo bem precipitado colocando a série aqui já que assisti apenas quatro episódios dela, mas foram tão bons que acho que vale a pena colocar aqui como uma garantia. Então ao invés de uma opinião completa que não tenho como ter, aqui vai uma pequena sinopse: O que teria acontecido com o mundo se as Forças Aliadas
tivessem perdido a Segunda Guerra Mundial? Vinte anos após a derrota, o planeta
agora está dividido entre Japão e Alemanha, os maiores Estados Hegemônicos. À
medida que a tensão entre essas duas hegemonias cresce, e isso gera
consequências drásticas nos Estados Unidos e nos Estados opositores. Quando terminar de assistir vou fazer um texto sobre a temporada inteira.
5 - Orange is the New Black (Netflix)
Melhor Episódio: A Titin’ and a Hairin (uma ótima redação sobre o tema do ENEM 2015)
Acho que essa foi a temporada mais consistente de Orange. Depois da segunda onde havia (por algum motivo que desconheço) a necessidade de uma vilã, nessa terceira não. O que prevaleceu foram as personagens e seus dramas. Onde já havia um grande aprofundamento, desta vez cavaram ainda mais fundo e fizeram episódios verdadeiramente lindos. Eu sei que já estou sendo fan boy, mas Alex e Piper juntas foi a coisa mais fofa do mundo de se assistir. Mas tenho que tirar uma parte do texto para ressaltar Pennsatucky, aquela personagem que todo mundo começou odiando e que ganhou o arco mais complexo e relevante da temporada. O finale teve carinha de último episódio, acho que eles tem que acabar logo, mas mal posso esperar para ver a quarta temporada.
4 - Hannibal (NBC)
Melhor Episódio: Dolce/Digestivo (dois episódios explosivos)
A melhor série de 2014 foi cancelada e Hannibal acabou em 2015. Quem diria, ein? Não sei se estou preparado para viver em um mundo em que não passará mais Hanny. E a série mais corajosa da televisão aberta chegou ao fim com uma temporada estranhíssima, mas deliciosa. Primeiramente é preciso ver que a temp foi dividida em dois núcleos, adaptando dois dos livros. A primeira parte foi a trama da Europa (do terceiro livro) e foi a minha favorita. Oito episódios extremamente tensos e poéticos onde todas as metáforas visuais que a série sempre fez foram até o limite do aceitável. Isso não é uma reclamação, eles extrapolaram e foi tudo perturbadoramente lindo de se assistir. Hannibal fugindo de Paris para Roma, Will o caçando com ajuda de Chiyoh, Jack caçando os dois, Bedelia desconfiada, Alana e Mason juntando-se em busca de vingança e Alana juntando-se com Margot na melhor cena de sexo da história. Foram tramas tão deliciosas e visualmente deslumbrantes que só mostraram como a série era rica e merecia mais uma temporada, a segunda parte foi o Dragão Vermelho, que apesar de ótimos episódios foram os mais fraquinhos da série por serem muito fiéis ao livro (estranho, mas sim). A temporada ainda encerrou com um finale de tirar de fôlego, uma última cena de gritar e uma pós-créditos que deixou todo mundo confuso. Hannibal vai deixar saudades.
3 - Fargo (FX)
Melhor Episódio: Loplop (Kirsten Dust atuando)
Ninguém achava que Fargo poderia fazer algo tão genial quanto sua primeira temporada. O medo depois da premiere foi grande, mas depois do finale, olha, eles se superaram. QUE TEMPORADA IMPECÁVEL. É impressionante como a narrativa e o universo de Fargo são construídos. É aquele tipo de série que pode não ser lembrada por seu roteiro (que é primoroso dentro de seus absurdos e coincidências), mas sim pela estética e a direção incrível. Eu sei que textos rasgados de elogios são chatos, mas Fargo é tão única que que merece já que trata-se de uma verdadeira imersão. Não chega a ser uma comédia, mas o humor frio e irônico dos roteiristas é delicioso, além das cenas de violência (desculpa amigos, mas violência quando bem usada é entretenimento sim) que são tão bem feitas que você aplaude toda vez que alguém toma um tiro. Verdades...
2 - Mr. Robot (USA)
Melhor Episódio: eps1.8_m1rr0r1ng.qt (com o grande plot twist
acontecendo no episódio anterior eles fazem um melhor ainda para justificar a
ação e desenvolver o protagonista ainda mais).
A maior surpresa do ano, Senhor Robozinho começou calada, com poucos
comentários e acabou se tornando uma das séries mais badaladas do ano. Além de
apresentar uma história que parece velha, mas com um brilho novo, ainda nos
entregou uma das tramas mais intrigantes e bem contadas dos últimos anos. MR
não foi apenas ambiciosa e trouxe mistérios pare prender público, construiu
mistérios que funcionaram e foram explicados de maneira mais que satisfatória
para seu público. Além de uma linguagem visual completamente diferenciada em
sua direção esquisita e quase esquizofrenia, trilha sonora impecável e muito
bem pensada, personagens interessantes e um roteiro extremamente sofisticado e
intrincado. Não consigo pensar em nada melhor que mereça ser assistido lançado
em 2015 do que Mr. Robot, é uma experiência televisiva completa.
1 - The Leftovers (HBO)
Melhor Episódio: Lens (Nora... Apenas Nora tentando viver e entender esse
mundo destruído, mas no final percebendo que nada vai mudar e tudo continuará
errado)
Depois de uma primeira temporada P-E-R-F-E-I-T-A, Leftovers voltou e manteve
a qualidade lá em cima com episódios cada vez mais intrigantes e desesperadores.
Essa temp veio completamente reinventada e trouxe uma nova linguagem para a
série, mas ainda mantendo as mesmas características que fizeram sua estréia tão
marcante. Acho que o que mais gostei foi a discussão sobre religião que se intensificou dentro da vida dos personagens. Gosto muito de como o roteiro trata de assuntos tão polêmicos de forma natural. The Leftovers é uma série incrível, sensível e triste, sobre
como é horrível não ter respostas para coisas inexplicáveis que acabam nos destruindo
aos poucos dentro de tantas possibilidades. E o modo como ela exemplifica e mostra
todos os temores e defeitos da humanidade é assustadoramente cru e impossível
de não se identificar e enxergar uma realidade distorcida ali.
Infelizmente a série será finalizada ano que vem em sua terceira temporada e se continuar como está pode entrar facilmente para a lista das melhores séries de todos os tempos, algo que para mim já é certo.
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