segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Critica: Bastardos Inglórios (Meu filme favorito!)

Título Original: Inglourious Basterds
Título no Brasil: Bastardos Inglórios
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Guerra
Tempo de Duração: 2hr e 38min
Ano de Lançamento: 2009
Estúdio/Distrib: Universal Pictures
Direção: Quentin Tarantino
Trilha Sonora: Ennio Morricone
Elenco: Brad Pitt, Christoph Waltz, Michael Fassbender, Eli Roth, Diane Kruger, Daniel Brühl, Til Schweiger, Mélanie Laurent e Samuel L. Jackson
Classificação Indicativa: 18 Anos

Sinopse: 2ª Guerra Mundial. A França está ocupada pelos nazistas. O tenente Aldo Raine (Brad Pitt) é o encarregado de reunir um pelotão de soldados de origem judaica, com o objetivo de realizar uma missão suicida contra os alemães. O objetivo é matar o maior número possível de nazistas, da forma mais cruel possível. Paralelamente Shosanna Dreyfuss (Mélanie Laurent) assiste a execução de sua família pelas mãos do coronel Hans Landa (Christoph Waltz), o que faz com que fuja para Paris. Lá ela se disfarça como operadora e dona de um cinema local, enquanto planeja um meio de se vingar.



Quentin Tarantino é de longe um dos diretores mais talentosos de todos os tempos. Seus filmes esbanjam estilo e criatividade intricados em uma trama maluca e sempre bem escrita, misturando gêneros e brincando com os clichês estabelecidos desde os primórdios do cinema. Seus clássicos como Pulp Fiction ou Kill Bill são grandes exemplos em mostrar a segurança do diretor em misturar os gêneros para fazer algo único. Os roteiros são sempre cheios de referencias à cultura pop, longos diálogos sobre nada e tudo ao mesmo tempo e, acima de tudo, a quantidade absurda de plot twists durante toda a projeção. Tarantino é praticamente um Deus do cinema que sabe o que faz e não tem medo nenhum de fazer o que acha que é certo. Mas é em Bastardos Inglórios que toda sua sagacidade e talento culminam em seu filme mais criativo e mais divertido de todos os tempos. 
O filme mostra ao que veio ao mundo logo no inicio quando, nos créditos de abertura, são mostradas quatro tipografias diferentes. Qualquer um que entende um pouco sobre padrões visuais sabe que isso é praticamente um crime. Deve-se sempre manter uma identidade visual com o público, essa é uma das primeiras regras em qualquer livro ou tutorial de edição, ao mudar a regra, Tarantino subverte tudo o que se é acostumado. É nesses primeiros segundos que o espectador percebe a estranheza e já se cria uma sensação de que “algo está errado”.
Bastardos Inglórios retrata a Segunda Guerra Mundial pela visão do diretor, não é apenas um filme histórico seguido à risca os livros didáticos. Somos apresentados, após os créditos iniciais, à seguinte frase: Era Uma Vez na frança ocupada pelos nazistas. É então que o finalmente o filme começa. O ano é 1941, o Coronel da SS Hans Landa chega a uma fazenda de leiteira na com o intuito de interrogar Perrier LaPadite sobre rumores de que ele estaria a esconder uma família judaica chamada Dreyfus. Tarantino filma como ninguém, temos enquadramentos belíssimos de uma paisagem de campo, a câmera permanece sempre em uma ângulo reto impossibilitando o espectador de ver o que realmente está acontecendo e é perceptível que se está assistindo algo de alguém que sabe realmente o que está fazendo. Até um simples copo de leite se torna objeto de medo e apreensão. Nos primeiros vinte minutos você já sabe o que está acontecendo e por que, quem são aquelas pessoas e suas motivações. A construção de personagem é tão bem feita que se tem empatia, ou não, por eles apenas em uma ou duas linhas de diálogo. Isso se deve também à genial gama de atores motivados que querem fazer um bom trabalho. Brad Pitt está engraçadíssimo como o caçador de nazistas, Diane Kruger é sensual e sagaz do modo certo, sem destoar ou ser forçado, Daniel Brühl, um novato, faz bonito em um papel completamente marcante e a maravilhosa francesa Mélanie Laurent dá um verdadeiro show de atuação. Essa atriz surpreende, e muito, em sua atuação formidável. Mas quem rouba a cena mesmo é Christoph Waltz como o maligno Coronel Hans Landa, que lhe rendeu a estatueta do Oscar de melhor ator coadjuvante, ele é extremamente carismático e amedrontador ao mesmo tempo. Em nenhum momento, durante as quase três horas do filme, você não consegue desviar o olhar dele ou parar de se incomodar com sua presença. 
Uma das cenas mais tensas que eu já vi na minha vida!

Não é novidade vermos como o cinema se apoderou do tema relativo à segunda guerra mundial, cada diretor nesses anos deu uma visão diferente sobre o assunto, e é a singularidade e a total falta de comprometimento com os fatos reais que torna esse filme tão único. Você sabe que não está recebendo uma aula de historia, mas está tudo bem, pois a diversão é tudo o que importa. Tarantino é gênio nos mostrando a sua versão da estória, sim é estória mesmo porque apesar de se apoderar de um tema real e marcante na historia da humanidade, fugiu absurdamente da realidade, mas não deixou de fora a violência habitual em seus trabalhos e dividiu o filme em cinco capítulos. Esses são: Capítulo 1: Era uma vez na França ocupada por nazistas; Capítulo 2: Bastardos Inglórios; Capítulo 3: Noite alemã em Paris; Capítulo 4: Operação Kino; Capítulo 5: A vingança do rosto gigante;
A trilha sonora de Ennio Morricone é maravilhosa ao criar todo um clima de Western em um filme sobre nazismo. Um fato maravilhoso nas produções de Tarantino é como ele usa a trilha sonora, optando muitas vezes por estilos musicais completamente diferentes que encaixam-se perfeitamente nas cenas, mesmo não combinando. Como, por exemplo, a música Cat People de David Bowie, que poderia muito bem destoar de todo o resto do filme, mas é tão bem usado que fica incrível. Outro recurso que ele usa de forma interessante no filme é o corte de cenas com “explicação”, que dão ritmo à trama, onde entra a voz de, ninguém mais ninguém menos, Samuel L.Jackson lhe explica como as coisas funcionam e aconteceram no passado. São usados todos os tipos de recursos, como imagens de arquivo, animações e edição acelerada no estilo de clipe musical. 

O filme teve ao todo oito indicações ao Oscar, recebeu apenas de ator Coadjuvante, que foram de: Melhor Filme, Melhor Diretor – Quentin Tarantino, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Edição de Som. O que tenho a acrescentar é que a meu ver é um filme extremamente injustiçado na entrega do OSCAR, pois merecia muito mais do que apenas o prêmio de melhor ator coadjuvante. É uma das melhores produções do diretor e conta com um elenco brilhante, além é claro de um orçamento invejável, excelente fotografia, trilha sonora, edição e tudo. Bastardos Inglórios já é um filme eternizado e merece com certeza ser assistindo por todos. Tarantino não erra a mão nunca e entrega mais uma encomenda sangrenta e extremamente divertida. Compre pipoca, sente e aproveite a seção.
Nota: 10
Trailer:

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