sexta-feira, 12 de abril de 2013

Critica: Mama


Título Original: Mama
País de Origem: Canadá/Espanha
Gênero: Suspense 
Tempo de Duração: 2hrs
Ano de Lançamento: 2013
Estúdio/Distrib: Universal Pictures do Brasil
Direção: Andres Muschietti
Atores: Jessica Chastain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Charpentier, Isabelle Nelisse, Daniel Kash, Javier Botet
Sinopse: 
Quando o pai de Victoria e Lilly mata a mãe das garotas, as crianças fogem assustadas para uma floresta. Durante cinco anos, ninguém tem notícia do paradeiro delas, até o dia em que elas reaparecerem, sem explicarem como sobreviveram sozinhas. Os tios das duas, Lucas (Nikolaj Coster-Waldau) e Annabel (Jessica Chastain) adotam Victoria e Lilly e tentam dar uma vida tranquila às duas, mas logo eles percebem que existe algo errado. As duas conversam frequentemente com uma entidade invisível, que chamam de "Mama". Lucas e Annabel não sabem se acreditam nas meninas, ou se devem culpá-las pelos estranhos acontecimentos na casa.
"Primeiro grande filme de terror do ano se estabelece entre erros e muitos acertos!"
Mama era um filme que podia dar errado, com certeza. Desde o inicio confiei na ideia proposta pelo filme e estava muito ansioso para assistir. Mesmo assim poderia dar errado! E por que? Simples, quantos filmes de terror envolvendo fantasmas deram certos no últimos anos? E os que deram certo, por acaso eles eram diferentes dos que deram certo antes? Gosto muito de filmes de fantasma, mas tenho que admitir que é um gênero difícil de sair da mesmice. Todos os filmes relacionados a eles seguem a linha dos terrores asiáticos. Somos apresentados a uma entidade, temos personagens mal desenvolvidos, sustos o tempo todo, resolução de quem é e o que tornou a pessoa em um fantasma, grande clímax e fim, sobem os créditos e o filme acabou. Mama se destaca nessa onda de filmes sem graça pelo fato de ser contado como uma fábula. 
Usando as palavras de Guilhermo del Toro (o produtor): Mama é um conto de fadas que deu errado. Logo nos primeiros minutos é perceptível que estamos em frente a um filme de terror completamente fora do comum. A historia e a tensão criada é fantástica. A ideia das garotinhas na floresta vivendo com a 'mama' é genial. A transição das garotinhas para o nosso mundo enfatiza muito isso. O filme todo tem muito de Del Toro, que apesar de ser apenas o produtor deu pra sentir muito sua influência no filme. O enredo tem seus altos e baixos. Começamos pelos altos:
O roteiro é bem escrito e conciso. O diretor soube muito bem aproveitar isso para criar a tensão contínua que tem. Os personagens são muito bem trabalhados, inclusive as garotinhas. É muito interessante observar o contesto psicológico e animalesco das duas. O roteiro também não subestima a inteligência do espectador, o modo que é mostrado como a mama se tornou um fantasma e o por que de sua obsessão não explicadinho e mastigadinho, você tem que pensar e juntar as peças para entender. Isso é incrível e mostra como uma historia pode ser entendível sem ser auto-explicativa.
Ponto negativo: o filme (como já falei) cumina em altos e baixos. O maior problema dele é como a historia vai ser tornando boba ao longo dele. Eu sei, falei que o roteiro era bem escrito e agora estou me contradizendo. Mas pensemos assim: o filme começa muito bem, de forma genial, então vai ficando morno, clichê e então volta a ser incrível no final. Esse meio termo é o jeito que o filme mergulha nos clichês do terror (já percebeu que em todo filme desse gênero todo mundo é metido a detetive?). O filme se torna qualquer outro filme de terror, mas quando começa a ficar fraquinho volta a ser muito bom (é muito rápido, acreditem). 
A trilha sonora é muito boa, meio acomodada, mas se mostra forte no clímax do filme. A fotografia é genial, os ângulos de câmera usado pelo diretor são incríveis. A edição do som é um dos grandes trunfos do filme, com barulhos e sons que deixam o espectador grudado na cadeira assim como a fotografia com planos filmados a noite. Apesar de alguns furos no roteiro, o filme não deixa de entreter para os fãs do gênero terror com cenas assustadores que lembram muito os filmes de horror asiáticos. O filme não tem um final necessariamente "feliz", é triste, melancólico e conciso dentro do universo criado pelo diretor. 

A Mama é interpretada pelo ator especialista em movimento Espanhol Javier Botet que tem 2 metros de altura e possui características físicas bizarras e habilidades físicas proporcionais a sua altura como o fato dele se mover de uma maneira assustadora, dando nervoso a quem assiste ao filme. Embora a maravilhosa Jessica Chainstan seja a atriz principal do filme, o grande destaque vai para as atrizes (menininhas) que interpretam Victoria e Lily. A expressão corporal que foi trabalhada na dupla que lembra a maneira como Mamá se movimenta está assustadora também nas pequenas. Especialmente em Lily que por ser a mais nova e que teve menos contato com os pais quando pequena, ficou mais animalesca e se adaptou melhor a floresta do que Victoria que conseguiu se readaptar melhor quando foram resgatadas pelo tio. As garotinhas são um show a parte. Chainstain não faz feio e continua com sua excelente atuação (foi indicada ao Oscar recentemente pelo fantástico A Hora Mais Escura).
Enfim, Mama é um filme de suspense acima da média. Em um mundo onde o terror está mais sem personalidade do que nunca. É ótimo ver que tem alguns filmes que conseguem sair um pouco de sua zona de conforto.
Nota: 9
Trailer:

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