quarta-feira, 6 de março de 2013

Critica: Nine

Título Original: Nine
País de Origem: EUA
Gênero: Musical
Tempo de Duração: 1hrs e 58min
Ano de Lançamento: 2009
Estúdio/Distrib: Sony
Direção: Rob Marshall

Atores: Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Nicole Kidman, Judi Dench, Kate Hudson, Sophia Loren, Fergie, Elio Germano

Sinopse: 
Guido Contini (Daniel Day-Lewis) é um famoso diretor de cinema às voltas com a crise da meia idade, repleto de problemas pessoais e com déficit criativo. Homem de muitas mulheres, seu maior desafio é buscar o equilíbrio entra a esposa (Marion Cotillard), sua amante (Penélope Cruz), sua atriz/musa no cinema (Nicole Kidman), sua figurinista e confidente (Judi Dench), uma jornalista de moda (Kate Hudson), uma prostituta (Fergie) e sua própria mãe (Sophia Loren).

"A prova viva de que uma produção e elenco absurdamente fantásticos não salvam um roteiro ruim."

Musical do mesmo diretor do ótimo (vencedor do Oscar em 2003) Chicago, Rob Marshall tentou produzir um filme a altura de seu maior triunfo e fracassou. Depois de ter dirigido o premiado Chicago, na época começou um alvoroço ao redor de Nine, seu próximo musical estrelado por alguns dos maiores nomes da Hollywood recente. Ao utilizar uma boa história já contada (o filme é um releitura do clássico 8½ de Fellini) e piorá-la inserindo musicais fracos e até monótonos sendo que pouquíssimos se salvam, torna-se uma obra totalmente dispensável apesar de divertir até certo ponto.

Apostando em seus números musicais para tentar dar um "brilho", Rob Marshall se mostra com problemas de criatividade: 80% dos musicais do filme são passados no mesmo lugar, nos estúdios onde o filme do personagem principal deve ser rodado. Óbvio que a ideia é válida, aqueles estúdios representam o mundo do personagem. Mas as cenas são tão sem graça, e sua consistência acaba sendo apensas as atrizes cantando suas musicas com iluminações diferentes. E como já que falei em atrizes não posso deixar de citar o quão maravilhosas são todas as mulheres do filme. Marion Cotillard faz um trabalho abismal - em termos de atuação - como a esposa do diretor em decadência. Penélope Cruz, que interpreta a amante, demonstra habilidade ao criar uma figura ao mesmo tempo cômica, trágica e (como sempre) sexy. Acaba contentando-se com isso, já que é o que melhor sabe fazer. Kate Hudson interpreta (a personagem mais dispensável do filme) Stephanie, uma repórter que aparece, some, aparece, some e etc... Judi Dench vê todo o seu talento desperdiçado em um musical sem graça e uma personagem esperta, nada além disso. Já Sophia Loren - apesar de uma ótima atriz - é uma personagem tão mal trabalhada que chega a ser idiota se pararmos para pensar em sua relevância. E Fergie, apesar de linda, sem dúvidas está lá apenas para fazer o melhor número musical do filme. Já que como atriz ela é uma ótima cantora. Nicole Kidman (botox, botox, botox) faz uma das poucas personagens realmente necessárias.
(lindas atrizes)
Todas essas atrizes fazem seus musicais no mesmo já citado cenário, mudando apenas luzes e figuração. Acredite: além de não terem boas letras e coreografias, falham ao não terem um pingo de energia, algo que Chicago esbanjava de sobra, para não ir muito longe em exemplos. O roteiro do filme é incrivelmente raso e mal escrito. A historia era muito boa, mas tão mal trabalhada que chega a um ponto do filme em que eles estão tão tem historia para contar que decidiram começar a encher linguiça. É frustrante, por que assim o filme trava, introduzindo personagens desnecessários, como Kate Hudson por exemplo, que se não tivesse não faria a menor diferença. O filme começa até bem, mas a partir dos 50 minutos a experiencia fica extremamente parada e chata. Nem os musicais animam mais, tornando-o consequentemente um filme longo apesar de ter menos de duas horas. Apesar disso tudo, devo ressaltar a produção do filme, que é abismal. Os cenários (fora do estúdio) são lindos explorando bem a Itália. A fotografia é linda. Não posso também deixar de falar dos melhores números musicais (não posso falar apenas dos ruins, certo?).
Como já citado a cima a cena de Fergie é fantástica, bem coreografada e exitante. De longe a melhor sequencia do filme. A edição também é ótima. As cenas de transição entre o preto e branco ao colorido são incríveis. E finalmente falando de Daniel Day-Lewis: possivelmente o melhor ator da geração e vencedor do Oscar recentemente por seu trabalho impecável em Lincoln, ele se esforça para alcançar uma profundidade em seu personagem, que já é admirável, mas o papel é limitado a um mulherengo sem criatividade e que, do jeito que foi construído, não é possível entender o porquê de tanto alarme em torno daquele homem patético. Se não consegue administrar nem a própria vida, como quer comandar uma produção gigantesca e milionária do cinema? Mesmo assim, palmas para o ator.
Enfim, Nine é um filme completamente esquecível feito para divertir os menos insistentes. Não assista com esperanças de ver um filme ao nível de Chicago, mas vale uma espiadinha nas melhores cenas, pela beleza das atrizes e o trabalho de Day~Lewis.
Nota: 5,5
Trailer:

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