sábado, 22 de dezembro de 2012

Critica: O Impossível

Título Original: The Impossible
País de Origem: Estados Unidos
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 144min
Ano de Lançamento: 2012
Estúdio/Distrib: Warner Bros
Direção: Juan Antonio Bayona
Sinopse:

Maria (Naomi Watts), Henry (Ewan McGregor) e seus filhos tiram férias na Tailândia, para desfrutar alguns dias no paraíso tropical. Mas, na manhã de 26 de dezembro, enquanto a família descansa ao redor da piscina, um rugido apavorante sobe à partir do centro da terra. Uma enorme parede de água surge em direção à familia.







"Um belíssimo filme extremamente humano"
O único filme que eu tinha assistido do diretor Juan Antonio Bayona era o ótimo filme espanhol produzido pelo Guilhermo Del Toro, "O Orfanato" que é um longa delicado, bizarro dotado de uma fotografia obscura e incrível. Ao primeiro trailer de "O Impossível" já dava para ter uma idéia do que viria por ai, e devo dizer que o filme é simplesmente lindo, tocante e como eu já havia dito: Humano acima de tudo. Os minutos iniciais do filme são tensos, a sequencia de abertura onde conta o fato de ser baseado em uma historia real e o som de água jorrando me deixou arrepiado, então somos levados a família rica que passa o natal inocentemente sem saber o que está por vir. Esses minutos inciais servem como uma apresentação aos personagens, suas personalidades, problemas, medos e o amor que tem entre eles. Nos apegamos a eles, pôs soam como uma família real, que apesar dos problemas, se amam. E é isso que torna ainda mais doloroso o modo de que as coisas vão se desenrolando. 
A cena do tsunami devastando a praia é uma sequencia arrasadora,  de tirar o folego - nosso e dos personagens (desculpem pelo trocadilho) - sendo tensa de se assistir e dolorosa. Os efeitos visuais são espetaculares, o diretor acertou a não mostrar de imediato para onde foi cada membro (a tela fica preta durante aproximadamente um minuto e só podemos ouvir o som das ondas e gritos) isso tira a ilusão inicial de que todos sobreviveram e ficamos igual a alguns personagens: sem saber o que aconteceu com fulano. Para o diretor, o principal desafio foi fazer com que o tsunami parecesse real, numa sequência que dura dez minutos, rodada num gigantesco tanque na Espanha, após um ano de longas discussões.
"Decidimos evitar fazer água em CGI [imagens geradas em computador] porque era muito caro e não muito verossímil", disse. "O segredo foi misturar várias técnicas, como miniaturas, composição digital e filmagem técnica." e isso pode ser sentido. Toda a sequência é antológica, sendo mais angustiante do que muitos filmes-catástrofe que já foram lançados, achei até melhor que a do outro drama "Além da Vida", o fato da água ser marrom a tornou mais real, já que no "além..." é limpa e azulada. O longa foi corajoso em mostrar os "grandes ferimentos" que aconteceriam no nosso corpo (pelo trailer não parecia que ia focar tanto nisso) e logo podemos ver o "buraco" na perna de Maria (aquilo foi dolorosamente grotesco - virei o rosto na hora), depois da introdução e a separação vemos a sobrevivência dos dois personagens (Maria e Lucas) que conseguiram ficar juntos até as tentativas de reencontrar seus familiares e de outras pessoas e todo os outros dramas que vão acontecer.
A fotografia é fantástica, a reconstrução da destruição é um primor. Árvores e postes de luz caídos, carros arrastados, casas destruídas  tudo é reconstruído de forma realista e por vezes me lembrou imagens que vi na televisão de reais tsunamis. A trilha sonora é maravilhosa, o modo que ela aumenta a emoção de tal momentos é fantástico, tanto nos que tenta nos emocionar como nos que tentam nos deixar apreensivos. Um detalhe que pouca gente percebe e que vale a pena ressaltar é a maquiagem, foi super interessante ver o modo que a Naomi Watts e outras pessoas iam definhando ao longo do filme. Mas aviso que não pode ser assistido por pessoas fracas pois contém algumas cenas realmente fortes e até muito realísticas de como ocorreu a tragédia, então é bom ir preparado. A produção do filme está de parabéns pois certas cenas são tão realistas que chegam a incomodar e até causar enjoo nos mais sensíveis especialmente nas mostradas no hospital onde vemos muitas pessoas muito feridas, com muitas delas expostas de uma maneira que chega a dar repulsa, mas que era muito necessário mostrar pois a verdadeira tragédia aconteceu daquela maneira. Caso o contrário perderia a força e tiraria a sensação de realismo. 
Os atores estão simplesmente fantásticos, Ewan McGregor está ótimo fazendo o papel do pai que precisou viver todo o drama para poder reencontrar sua família mas quem dá um show mesmo é Naomi Watts e o jovem Tom Holland que interpretaram respectivamente a mãe Maria e o filho Lucas que conseguiram se segurar. Os dois dão um banho e roubam todas as cenas que protagonizam. Watts está indicada ao Globo de Ouro por esse filme e pode chegar a ser indicada ao Oscar também se conseguir levar a estatueta do GG. Mas o final, porém, fica a impressão que estamos assistindo toda essa tragédia por privilegiados. Ricos sofrem como todos, mas a partida do avião da seguradora de luxo, deixando os miseráveis para trás, é um tanto desconfortável. Seria melhor se fossem pelo menos de carro ou uma ambulância  mas não um jato particular, mas não é nada que estrague toda a experiencia. 
Realmente indico "O Impossível" pós é um filme único e vale a pena ser visto por todos, especialmente no cinema, só não se esqueça de levar uma caixa de lenços extra por que pelo menos não sentir os olhos aguarem é verdadeiramente impossível
Nota: 9
Trailer:

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